Escolha um valor e realize a transação para iniciar o procedimento
O que a demonstração acima expõe não é “mais um comprovante”. É a base de um comprovante vivo - um comprovante que deixa de ser um print estático e passa a refletir, de forma técnica, o estado real da transferência ao longo de toda a sua vida.
No centro de tudo está um elemento que já existe hoje: o ID da transação - único, imutável e rastreável pelo sistema. É esse ID que acompanha a operação dentro das instituições. É em torno dele que a transparência pode ser construída, sem romper sigilo bancário, sem alterar o fluxo atual do Pix e sem criar dependência de dados sensíveis.
O comprovante vivo nasce exatamente para resolver essa assimetria: O ID deixa de ser apenas um número no rodapé e passa a ser a chave viva da operação, sempre que consultado, ele devolve o estado atual, e não apenas o passado.
É isso que reduz ruído, reduz suporte, reduz golpes baseados em prints manipulados e aumenta previsibilidade para usuários, empresas e operações críticas.
Entre camadas
A primeira camada é a Camada Pública de Visibilidade - pensada para ser mínima, universal e compatível com o sigilo bancário.
Ela responde a três perguntas simples:
Esse ID é válido? Essa transação existe de fato no sistema? Em que estado técnico ela está agora?
Sem expor:
- - nome,
- - valor,
- - CPF/CNPJ,
- - saldo,
- - histórico de conta.
Na prática, essa camada pública precisa mostrar apenas: ID válido ou inválido e status técnico atual: pendente, concluído ou devolvido (eventualmente outros estados operacionais, se o ecossistema desejar).
Nada além disso. É a camada que pode ser acessada por:
- - usuários finais,
- - pequenos comércios,
- - plataformas de pagamento,
- - empresas que só precisam validar “se a operação existe e em que pé está”.
Ela elimina o “vazio” entre o enviei e o recebido, sem abrir nenhuma porta de dado sensível.
A segunda camada é a Camada Privada de Verificação Detalhada - e é exatamente essa que o protótipo demonstra.
Ela existe dentro do próprio banco do recebedor ou do emissor, em ambiente autenticado, onde o usuário já teria acesso a seus próprios dados de qualquer forma.
Ao consultar o ID nessa camada, o que aparece não é só o status, mas o equivalente a um comprovante legítimo e íntegro, associado ao estado atual da transação:
- - nome de quem enviou / recebeu,
- - banco de origem e banco de destino,
- - data e horário,
- - valor,
- - identificadores internos relevantes,
- - e o status técnico (pendente / concluído / devolvido).
Ou seja:
- - se o ID for real e a operação existir, essa camada devolve o comprovante atualizado, alinhado ao que o sistema de fato reconhece naquele momento;
- - se o ID não existir, ou não tiver mais vínculo com uma operação válida, fica claro que aquele “comprovante” não é confiável.
Aqui, não há qualquer ampliação de exposição: o usuário só vê, em formato estruturado, o que já teria acesso de outras maneiras dentro do próprio banco. A diferença é que tudo passa a ser organizado a partir do ID, o que cria rastreabilidade técnica e elimina brechas para fraude via edição de comprovante.
Pix Agendado
Se existe um caso em que essas camadas deixam de ser apenas desejáveis e passam a ser indispensáveis, é o Pix Agendado.
Hoje, para o usuário comum, o Pix agendado é:
- - um print de algo que “deveria acontecer no futuro”;
- - sem garantia clara de que ainda está ativo;
- - sem visibilidade se foi cancelado, barrado ou alterado antes da execução.
Ele só descobre o problema depois que precisa do dinheiro - ou depois que o compromisso falhou.
Com o ID como âncora e as duas camadas em operação, o cenário muda por completo:
Na Camada Pública
- Qualquer parte pode consultar o ID de um Pix agendado e saber se a operação ainda está agendada, se já foi executada, se não existe mais ou foi devolvida/cancelada;
- tudo isso sem expor valor, nomes ou dados sensíveis - apenas o estado técnico.
Na Camada Privada
Dentro do banco do recebedor ou do emissor, a consulta pelo ID:
- - confirma com exatidão a programação da operação;
- - permite que o usuário veja, com data e hora, o que está previsto para acontecer;
- - registra se houve cancelamento, reagendamento ou qualquer exceção;
- - pode disparar alertas claros para o cliente quando um Pix agendado for revogado.
Nesse contexto, o Pix agendado deixa de ser “só uma função a mais” e passa a ser uma ferramenta confiável de pagamento futuro.
Comprovantes de Pix agendado deixam de ser promessas frágeis e passam a ser comprovantes vivos de intenção auditáveis, verificáveis e difíceis de usar em golpes.
ID como eixo de transparência funcional
Tudo isso pode ser resumido em um ponto: Se toda transferência Pix já nasce com um ID único e imutável, ela já nasce com tudo o que precisa para ser rastreável e auditável.
O sistema já enxerga a vida inteira da operação. A única peça que falta é organizar isso em camadas de visibilidade:
- - uma camada pública, mínima, baseada apenas em ID + status;
- - uma camada privada, interna, que entrega um comprovante atualizado, vinculado ao estado real da transação;
- - e, em especial, a aplicação disso ao Pix Agendado, onde a previsibilidade técnica é crítica.
Nenhuma dessas peças exige ruptura de arquitetura. Nenhuma exige exposição de dados sensíveis. Nenhuma conflita com sigilo bancário.
O que elas fazem é alinhar o que o sistema já sabe com o que o usuário precisa saber, na dose certa.
Com poucos ajustes de interface e rotas internas, o resultado prático é:
- - menos ruído entre clientes, bancos e empresas;
- - menos suporte para dúvidas básicas sobre “caiu ou não caiu?”;
- - menos espaço para golpes baseados em prints falsos ou informações assimétricas;
- - mais confiança em operações críticas;
- - um ambiente onde transparência funcional vira parte da infraestrutura, tão natural quanto emitir um comprovante.
O Pix já trouxe velocidade.
Soluções como o Protege+ reforçam segurança.
O próximo passo natural é a clareza técnica mínima para o usuário final.
Essa é a função do comprovante vivo. Essas são as camadas que o ID permite construir. E este é o tipo de evolução que pode ser implementada de forma gradual, segura e compatível com o que o sistema já é hoje - mas com um ganho de confiança difícil de ignorar.